Formação da Planta e Poda de Produção da Goiabeira
- Luiz Abreu

- há 2 dias
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A formação adequada da goiabeira e o manejo correto das podas são etapas fundamentais para assegurar produtividade, qualidade dos frutos e equilíbrio vegetativo da planta. O processo começa pela escolha da cultivar, que deve considerar o destino da produção, a produtividade esperada, a vida útil pós-colheita e a resistência a pragas e doenças. As goiabeiras apresentam hábitos de crescimento distintos, variando entre cultivares de porte mais horizontal e outras com crescimento vertical, e isso influencia diretamente a condução da planta e o tipo de poda mais adequado.
A poda de formação tem como função estruturar a planta nos primeiros anos, estabelecendo uma copa bem distribuída, arejada e com ramos posicionados para suportar futuras produções. É nessa fase que se define a arquitetura da planta, buscando equilíbrio entre vigor e abertura da copa. Essa etapa é complementada pela poda de limpeza, responsável por retirar brotações indesejáveis, especialmente aquelas que surgem no interior da copa, reduzindo sombreamento, melhorando a circulação de ar e contribuindo para a sanidade da planta.
A poda de produção é uma das práticas mais decisivas no manejo da goiabeira. Ela tem como objetivos controlar a altura da planta, favorecer a aeração, melhorar a qualidade dos frutos e permitir a manipulação da época de colheita. A frutificação ocorre em ramos do ano, o que torna a renovação de brotações essencial. A intensidade da poda influencia diretamente o vigor das brotações: podas mais severas tendem a estimular crescimento vegetativo intenso, enquanto podas moderadas podem favorecer maior formação de ramos produtivos. A época em que a poda é realizada afeta a produtividade, especialmente em regiões ou períodos sem irrigação, podendo resultar em reduções significativas quando feita antes de meses mais secos.
Existem diferentes sistemas de poda, como a poda contínua e a poda total. A poda contínua permite produção escalonada, com presença simultânea de flores, frutos novos, frutos em desenvolvimento e frutos maduros. Já a poda total uniformiza o ciclo produtivo, sendo realizada em blocos ou talhões inteiros. Além disso, práticas complementares, como o uso de ramos ladrões em períodos quentes, ajudam a controlar o vigor excessivo, estimulando a formação de botões florais. Também se recomenda a proteção do tronco e de ramos internos com tinta branca ou cal para evitar queimaduras solares, especialmente após podas mais fortes.
O manejo adequado inclui ainda o raleio de frutos quando necessário, prática que melhora o calibre e a qualidade da produção. A intensidade da poda — curta, média ou longa — deve ser definida conforme os objetivos do produtor e as condições ambientais locais, já que fatores como clima e solo influenciam tanto o vigor quanto a produtividade da goiabeira.
Em conjunto, as etapas de formação, limpeza e produção constituem um sistema integrado que determina o desempenho do pomar. Quando aplicadas de forma técnica e planejada, garantem plantas equilibradas, alta produtividade e frutos de melhor qualidade, mantendo a viabilidade econômica do cultivo ao longo do tempo.








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