Análise de solo refere-se a um conjunto de métodos utilizados para realizar o diagnóstico completo das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. Dessa forma, este tipo de análise torna-se indispensável na agricultura, pois a partir das informações obtidas é possível fazer a recomendação de calagem, adubação e manejo de forma mais segura. Os profissionais capacitados para interpretar os resultados da análise de solo são o Engenheiro Agrônomo e o Técnico Agrícola, portanto, o produtor sempre deve recorrer a esses profissionais para entender a melhor forma de conduzir a fertilidade da sua terra.
Quais tipos de análise de solo?
Resumidamente, existem dois tipos de análise de solo: a análise física e a análise química. De modo que a análise física consiste na análise granulométrica do solo, ou seja, determina os teores de argila, silte e areia, conferindo também na determinação da textura e, auxilia na determinação do teor de Fósforo (P), nutriente essencial para as plantas e que confere pouca mobilidade no solo. Esse tipo de análise é ideal para decisão da conduta quanto ao manejo do solo.
A análise da fertilidade química do solo se caracteriza em identificar os teores dos macro e micronutrientes que fazem parte do ciclo das plantas, assim como a salinidade, acidez e os elementos que comprometem a saúde vegetal, como por exemplo o alto teor de Alumínio sendo a causa da toxidez da planta, levando o vegetal a ter um limitado crescimento do sistema radicular, assim como dificuldades na absorção de água e disponibilidade de P.
Além disso, existe a análise química do tecido vegetal, embora seja pouco utilizada é interessante para o profissional ou produtor que deseja analisar a concentração de nutrientes no interior da planta. Geralmente o orgão utilizado é a folha, pois reflete melhor o estado nutricional da planta, identificando se há carência ou não.
Para complementar, há também a análise biológica do solo que consiste em identificar os organismos biológicos, principalmente microrganismos existentes na rizosfera e, que podem ser benéficos para as plantas, como os que favorecem a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN, associação entre bactérias e plantas), as micorrizas (associação entre fungos e as raízes) e os Promotores de Crescimento de Plantas.
Como fazer a análise de solo?
Para que a interpretação da análise de solo e a recomendação sejam eficazes, é necessário uma série de etapas que devem ser cumpridas. Grande parte dos erros de análises ocorrem devido a erros na coleta das amostras, neste sentido, para obter bom resultado na análise, é necessário primeiro uma boa amostragem com metodologias e uso das ferramentas corretas.
Dessa forma, as etapas são:
1- definir a época de coleta do material, recomenda-se que seja no início do período da seca e antes da época de plantio da cultura. Em culturas perenes, o ideal é realizar a amostragem logo após a colheita.
2- dividir o terreno em glebas homogêneas, compreendendo a cobertura vegetal, variações do relevo do terreno, histórico de uso da área e uso pretendido, além das diferenças das características visíveis como cor e textura.
3- definir local e profundidade da amostra, a cova deve ter no mínimo 20 a 40 cm de profundidade.
4- coleta das amostras de solo, o ideal é de 10 a 20 amostras por área dividida. Estas amostras serão depositadas em um balde para mistura e logo após em um saco plástico devidamente identificado.
5-amostragem: parcela com mais ou menos 500g que representa um todo de cada área homogeneamente dividida e que será enviada ao laboratório.
6- envio para o laboratório.
7- interpretação dos dados e recomendação de calagem e/ou adubação.
Por que fazer análise de solo?
Com a análise de solo é possível avaliar o grau de suficiência ou deficiência de nutrientes essenciais para a cultura, assim como avaliar as condições que podem prejudicar sua produção, tais como alto teor de sais solúveis (salinidade) ou acidez excessiva, fatores que diminuem consideravelmente o potencial produtivo do solo. Esta acidez é corrigida com a aplicação de calcário que regula a proporção de cálcio e magnésio, além de neutralizar o alumínio tóxico. Logo, a análise do solo torna-se de grande interesse e importância para o produtor que deseja garantir alta produtividade. Sem uma análise adequada, o produtor fica a mercê da sorte, ou seja, sua produção fica muito mais vulnerável a problemas causados por pragas, doenças e, principalmente deficiências nutricionais. Diante disto, o ditado: "é melhor prevenir do que remediar" se encaixa muito bem aqui, já que muitos dos problemas que ocorrem na agricultura atualmente são devido à falta de uma análise e manejo inadequado do solo, além de aparecer quando a cultura já está desenvolvida e se torna muito mais difícil (em alguns casos impossível) de realizar correção, levando o produtor a correr o risco de perder toda sua safra dependendo de qual adversidade o atingiu.
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